A FUÇA DO MP

A audiência pública que discutiu hoje a pretensa instalação de uma usina termoelétrica em Barcarena revelou o lado, digamos, mais aguerrido do Ministério Público do Estado. Depois da apresentação das muitas promessas do empreendimento, foi dada a palavra aos técnicos da promotoria.

Para dizer que o projeto da UTE, previsto para ser instalado em um terreno da CDP, vai causar impacto no entorno de Vila do Conde e Itupanema, a pesquisadora-técnica contratada para falar em nome do MP começou informando que a conta de energia elétrica da casa dela, em Belém, teve um grande aumento nos últimos tempos (um pouco fora de contexto).

Em seguida, veio a frase chamativa: somos caçadores de impactos, disse a pesquisadora. No caso, impactos ambientais. E o alvo foi o projeto da Celba (Centrais Elétricas de Barcarena) que vai operar a UTE. O empreendimento tenta junto ao estado as licenças necessárias para iniciar o processo de criação na cidade, mas já se viu que não será fácil.

Para o MP, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) da Celba consideraram mais os aspectos econômicos e menos os sociais, sem levar em conta também a vida de moradores de comunidades tradicionais como quilombolas e indígenas. “Esse empreendimento vai atender a quem?”, perguntou o MP.

A intenção não foi demonizar o projeto da Celba, disse a pesquisadora, mas a fala do MP teve o tom da antipatia. “Eu, como boa pesquisadora que sou”. “Eu não estou invisível”. “Vamos fuçar os impactos”. As frases da contratada do MP soaram como afronta, mas agradaram a plateia. E uma coisa é certa: a análise da pesquisadora teve lá seu fundamento.


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