AUDIÊNCIA DE CONFLITOS

Atentos ao movimento na Vila dos Cabanos, vendedores ambulantes cercaram a entrada da igreja para oferecer lanches e ganhar um dinheirinho extra. Aos poucos, os participantes da audiência pública sobre o caso Hydro foram chegando. A imprensa também não faltou nem os políticos e suas bandeiras. O espaço era apenas para mil pessoas e ficou lotado.

Policiais militares se posicionaram por perto, e uma equipe de segurança particular estava de prontidão para acalmar os ânimos, caso houvesse necessidade. Com a palavra, o Ministério Público. O promotor em destaque fez uma prestação de contas do trabalho realizado desde que a empresa norueguesa foi denunciada por crime ambiental.

Depois dos promotores foi a vez de ouvir os representantes das comunidades e seus interesses. A plateia ficou dividida entre os que atacaram e os que defenderam a Hydro. As manifestações também foram expressas por meio de faixas e cartazes: “Hydro assume vazamento. E agora?” “Se ajuste, Hydro, pare de cometer crimes”.

O gesto dos participantes, certamente, vai ganhar destaque na imprensa, o MP vai ficar bem na foto, a Hydro seguirá mal vista e a resistência das comunidades vai continuar. Entre as muitas frases ditas pelos participantes no encontro, uma chamou minha atenção: “Não vamos tolerar o capitalismo selvagem”. Pena que palavras o vento leva.


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